Esse é o típico post: "Doidos do mundo, se unam a mim!". Quer dizer, é claro, se você compartilhar do meu nível de loucura. A história é a seguinte: eu acredito em skethbooks mágicos! Não mágicos no nível Harry Potter (ou talvez... Quase!), mas mágicos no nível: "quando eu conseguir o sketchbook perfeito, no momento perfeito, vou começar a praticar, desenhar, criar e não parar mais até quem sabe... Dominar o mundo!"
Momentos "Pink e Cérebro" à parte, a realidade é que não existem sketchbooks mágicos (infelizmente). Existe vontade, comprometimento, rotinas, hábitos, desafios -- ou a falta absoluta de todos esses itens. E no final das contas, mágica mesmo, só aquela que você consegue eventualmente fazer no papel. O resultado disso? Diversos sketchbooks começados e jamais terminados.
E é aí que a coisa fica mais louca...
E assim como eu acredito em sketchbooks mágicos, eu acredito em sketchbooks amaldiçoados... Ok, talvez o termo seja muito forte! Eu acredito em sketchbooks zicados: Você começa, não leva adiante, e o sketchbook fica lá com aquela cara de potencial não realizado, decepção e sonhos perdidos... E quem quer recomeçar um livrinho com toda essa carga negativa quando pode ir na loja, comprar um novo e acreditar que "Amanhã, será um lindo dia, da mais pura alegria, que se possa imaginar"? Provavelmente, não muita gente.
Mas tudo tem remédio nesse mundo...
E acabo de descobrir algo que pra mim, felizmente, resolve!
Prestem atenção no... EXORCISMO DE SKETCHBOOK!!!
Ok... Mais uma vez o termo é exagerado e o resultado decepcionante, rs. O que eu descobri é que simplesmente criar uma divisória bem marcada entre o que foi feito anteriormente no Sketchbook e o que está por vir faz o serviço de "ressetar" o caderno na minha alma... Eu consigo novamente olhar para ele como se nada tivesse acontecido. Apliquei um papel de origami no primeiro do inicio do ano passado com um pouco de fita azul (que me venderam como uma fita melhor para fazer máscara no papel mas que na verdade nunca mais sai dele, e eu já não sabia mais o que fazer com o resto do rolo) e voilà! Pronto para recomeçar como se nada tivesse acontecido.
Nesse outro sketchbook (2ª tentativa de sketchbook mágico do ano passado) eu levei a técnica do reboque origâmico a outros níveis de exagero mas... O sentimento de exorcismo foi o mesmo. Agora eles estão aqui sentadinhos na minha mesa, prontos para receberem novas tentativas.
Diga Adeus a Culpa!
Antes de encerrar, eu gostaria de dizer que, se você está pensando "Ah, mas eu não consigo dar conta de um sketchbook, imagine vários", eu gostaria de dizer: chega de culpa! Parei com esse negócio de me culpar por estar começando um pouquinho em cada sketchbook, e por uma razão bem básica: cada um é bom para uma coisa.
O Hahnemühle de capa vermelha da primeira foto é uma coisa maravilhosa pra lápis grafite e lápis de cor (se você não está procurando algo livre de textura), mas é péssimo pra qualquer outra coisa, mesmo tendo uma gramatura grossa... Até esferográfica vaza pro fundo do papel com o tempo. Já o Canson (preto) é ótimo para lápis, lápis de cor, esferográfica, nanquim (aguenta bem uma aquarela com pouca água) -- mas nesse modelo a encadernação não é tão maleável quanto o Hahnemühle ou mesmo quanto um Canson ArtBook 180º. E nenhum deles lida muito bem com a minha mania de usar hidrográficas quanto o que eu mesma fiz com papel Bristol então... Cada um tem um lugar no meu coração. Isso se você não contar também que, com múltiplos sketchbooks há a possibilidade de dividi-los não só por técnicas mas por temas -- e até mesmo espalhá-los pelos locais que vc frequenta (mesmo que seja na sua própria casa).
Ou seja: levante esse sketchbook, sacode a poeira e dá uns riscos por cima.
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