Minha Primeira Revista Sobre Lápis de Cor - BEDA #14

Nos últimos quinze anos eu fui juntando um bom volume de material de referência sobre lápis de cor, de autoras que são consideradas especialistas no assunto: Alyona Nickelsen, Bet Borgeson, Lee Hammond, Ann KullBerg, Janie Gildow, e mais alguns perdidos por aqui nas coisas. Cheguei até a me inscrever em um curso a distância sobre Lápis de Cor da London Art College que não foi para frente -- eu sempre tive que fazer minhas aspirações pessoais competirem por lugar com as minhas obrigações de trabalho e essas sempre perderam miseravelmente.

Sempre considerei o lápis de cor um método mais agradável do que as tintas por exemplo. Até hoje, estou procurando alguma tinta com a qual eu sinta uma sensação agradável ao trabalhar. Já com lápis de cor o resultado é mais previsível, pelo menos para mim, e isso me agrada um pouco mais. Sem contar que, embora os lápis de cor profissionais sejam caros (e mesmo assim, bem mais baratos que as versões profissionais de algumas tintas), ainda é possível fazer um trabalho visualmente muito profissional com lápis e papel escolar... E desde que eu descobri isso, eu me pergunto porque nenhum professor de educação artística foi capaz de mostrar isso durante meu ensino primário... Teria sido bem mais animador.

Mas toda essa paixão começou bem antes desses livros de referência e de saber da existência desses materiais de ótima qualidade, com uma revistinha muito simples e de publicação nacional.

A Arte no Lápis de Cor (Ano 1 - n.º 1 - Editora Escala)

 

Publicada em meados da década de 1990 (nunca soube ao certo quando, a edição não informa), essa revista apresentava o trabalho da artista plástica "Aleixa de Oliveira" (clique no link e escute a musiquinha de fundo do site por sua conta e risco). Eu não sei quanto tempo depois da publicação eu encontrei essa revistinha em uma banca de sebo aqui no bairro de Santana em SP, mas eu sei que ela tinha tudo pra me chamar muita atenção:

1. Apresentava um trabalho com características realistas;
2. Com um material que eu tinha em casa (outro dia, talvez amanhã, tratemos dos traumas de ser exposta a mais do que você pode alcançar no momento);
3. E ela garantia que seguindo o passo a passo você poderia chegar lá -- e depois eu descobri que seguindo o passo a passo, você realmente chegava.

Depois dessa revista, a minha percepção sobre materiais baratos e profissionais mudou, o meu respeito e interesse pelo lápis de cor cresceu, e até hoje eu estou meio viciada em ver o que você pode fazer com eles.

Lógico que com o tempo, eu passei a ver algumas coisa -- por exemplo, que o meu gosto e o que eu chamo de "características realistas" mudou um pouco; que alguns dos passo a passos tem algumas peculiaridades por terem sido ensinados por uma artista autodidata (sem que isso seja pejorativo a ela de nenhuma forma); e que é lógico: é muito libertador poder fazer um trabalho vistoso com lápis escolar e papel escolar mas, que se você quiser, por exemplo, trabalhar profissionalmente com isso você terá que utilizar materiais mais profissionais... Caso contrário correrá o risco de vender uma pintura que perderá as cores em poucos anos.

Acho interessante apenas que a Editora Escala que publica tantos títulos sobre desenho, inclusive reeditando muita coisa igual em revistas diferentes, nunca tenha se dado ao trabalho de reeditar esse material. Acho que seria interessante mostrar para quem está começando um material com possibilidades realistas e acessível, ao invés de ficar fazendo hype de Copic Markers, por exemplo.

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