Numa postagem sem imagem, apenas um comentário do cotidiano.
Esses dias eu mostrei para a minha mãe o desenho que eu fiz do meu marido jogando video-game. O olhar e o comentário de reprovação foram imediatos, num "É por isso que as coisas estão tão bagunçadas na sua casa/vida/preenchavc". Nem vou comentar dizendo que "na verdade, é por isso que eu ainda aguento tudo o que não está certo, uma chance de gastar 20 minutinhos fazendo algo que EU realmente goste, sem necessidade de entrega ou prestação de conta pra ninguém".
Não vou comentar assim, porque não foi isso que me chamou a atenção.
O que me chamou atenção foi: com quase 34 anos (falta pouco), eu ainda me dou ao trabalho de mostrar esse tipo de coisa, procurando uma aprovação que eu não preciso mais (pelo menos racionalmente). E que mesmo com esses 34 anos, e uma casa tomada com pranchetas, mesas de luz, sketchbooks e todo tipo de material de desenho, minha mãe também não entende que isso é importante para mim.
O que me faz pensar: quanta gente por aí não desiste simplesmente porque quer uma coisa que não ecoa nos arredores? Quando vemos aqueles artistas com pais e mães artistas, tendemos a fazer comentários de que "está no sangue". Acho que não está no sangue não... Está no simples cuidado em não afogar sonhos, reforçando nossas inseguranças...
Eu poderia escrever um livro com exemplos do tipo...
Mas como tenho quase 34 anos, e agora cabe a mim escutar o que quiser, eu prefiro continuar com os meus rabiscos bobos de 20 minutos... E o meu blog.
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